A importancia de simular sistemas Bus Rapid Transit
Cresce o interesse por sistemas BRT tanto nas cidades dos países em desenvolvimento como nas nações desenvolvidas. Mais de 70 sistemas já foram implantados no mundo e o Brasil pretende inaugurar 500 km para a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. O desempenho desses sistemas varia muito em função da configuração de projeto, podendo transportar até 45.000 passageiros/h/sentido. As estações e as interseções são os principais gargalos a limitar o desempenho de um BRT e, nem todos os corredores de BRT implantados no mundo foram projetados de forma a propiciar o seu melhor rendimento, havendo sempre margem para introduzir melhorias. Logo, é importante dispor de ferramental que propicie antecipar os problemas gerados por uma determinada configuração de projeto. Esse artigo apresenta o EMBARQ BRT Simulator, um modelo microscópico de simulação especialmente desenvolvido para representar o desempenho de sistemas de BRT sob uma variedade de configurações físicas e operacionais. O simulador foi calibrado com dados de Curitiba e Porto Alegre e foi empregado para testar e aprimorar os projetos dos corredores TransCarioca, no Rio de Janeiro e de Arequipa, no Peru. No caso do TransCarioca, o estudo demonstrou que, com pequenos ajustes no projeto, é possível aumentar a capacidade de 20 para 30 mil passageiros/h/sentido atendendo assim a demanda prevista para os Jogos Olímpicos de 2016. Em Arequipa, a simulação revelou a necessidade de antecipar a introdução de uma linha adicional de forma a aliviar a saturação no centro histórico da cidade que é patrimônio da humanidade.